Wilhelm Reich (1897-1957) foi um psicanalista austríaco, discípulo de Sigmund Freud que criou, a partir da psicanálise, uma nova abordagem terapêutica a qual, além das intervenções verbais, de fundamentação psicanalítica, também inclui intervenções corporais. Esta abordagem terapêutica foi inicialmente chamada de Vegetoterapia Caractero-Analítica e posteriormente de Orgonoterapia.
Atualmente, é comum referirmo-nos a ela simplesmente como Psicoterapia Reichiana.
Mais tarde na vida, ele se tornou uma figura controversa que foi amada e odiada ao mesmo tempo. Ele violou alguns tabus psicanalíticos, como desenvolver psicoterapia orientada para o corpo que envolvia toque durante uma sessão. Depois de vários anos de pesquisa microbiológica, ele afirmou ter descoberto uma energia cósmica primordial que chamou de orgônio. Ele construiu acumuladores de energia orgônio para os pacientes se sentarem para melhorar sua saúde e relatou bons resultados.
Isso resultou em matérias na mídia sobre caixões sexuais que poderiam curar o câncer Em 1947, a Food and Drug Administration considerou suas experiências com orgônio como uma fraude “de primeira magnitude”.Em 1956, ele foi condenado a dois anos de prisão e todas as suas obras e material de laboratório foram apreendidas e queimadas por uma ordem judicial.Um ano depois, Reich morreu na prisão, vítima de um ataque cardíaco, vários dias antes de solicitar sua liberdade condicional.
Algumas obras de Reich editadas em português:
– A Função do Orgasmo – 9° edição. Brasiliense. São Paulo. 1975
Um dos livros mais importantes do século XX, podendo ser comparado à Interpretação dos sonhos de Freud, em termos de influência e alcance, a Brasiliense foi a pioneira na publicação e tradução especializada no Brasil da obra-prima de Reich. Este verdadeiro clássico da Psicologia tem interesse garantido também entre os estudiosos de todas as Humanidades, além da Medicina e da Psiquiatria, e é presença constante em bibliografias de cursos de diversas áreas, tanto de graduação quanto pós-graduação, em todo o mundo. A obra atinge também o público geral, não especializado, pois trata de um tema essencialmente humano e universal, não podendo faltar em qualquer biblioteca de grandes clássicos do século XX e de todos os tempos.
– O Combate Sexual da Juventude. Porto : António Daniel de Abreu. 1972.
O combate sexual da juventude é uma das mais importantes obras de Wilhelm Reich, o médico, psicanalista e marxista alemão que, nos anos 20 e 30 do século passado, revolucionou o debate sobre a sexualidade, a família na perspectiva da revolução social; Este livro de Reich – hoje mais conhecido como o pai da terapia corporal – está sendo aqui publicado em forma de seleção e comentado por um médico, sociólogo e estudioso do assunto. Abordada sem mitos e tabus a questão da vida sexual da juventude é aqui examinada, nesta seleção, por Reich em suas diferentes dimensões e desde um ponto de vista revolucionário. Texto indispensável para todo jovem que desperta para a crítica da família autoritária, sexualmente repressora.
– Psicologia de Massas do Fascismo. 1933. 1º edição. Publicações Escorpião. Porto. 1974.
Este estudo clássico é uma contribuição única à compreensão de um dos fenômenos cruciais do nosso tempo – o fascismo. Para W. Reich, o fascismo é a expressão da estrutura irracional do caráter do homem médio, cujas necessidades biológicas e primárias e cujos impulsos são reprimidos há milênios. O autor analisa cuidadosamente a função social dessa opressão e o papel decisivo que a família autoritária e a igreja desempenham.
– A Revolução Sexual. 1930. 1º edição. Zahar. Rio de Janeiro. Sexta edição. 1980.
A Revolução Sexual (1936) (Die Sexualität im Kulturkampf no original alemão, publicado em inglês como Sexuality in the Culture Struggle) é um livro de Wilhelm Reich.subtítulo é Para a Restruturação socialista dos Humanos. Esta duplicidade de título reflete a estrurura em duas partes do trabalho; a primeira parte analisa a crise da moral social burguesa e as tentativas de reforma sexual que preservavam a estrutura da sociedade capitalista e ideologia da família e do casamento. A segunda parte (ligada ao subtítulo) reconstrói a história da revolução sexual que ocorreu no establishment da União Soviética desde 1922, e que teve resistência de Stalin no final dos anos vinte.
– Análise do Caráter – 1933 – Martins Fontes, SP.
Em 1993, depois da publicação de A função do orgasmo, apareceu a segunda obra importante de Wilhelm Reich, Análise do caráter, trabalho saudado por muitos psicanalistas como o que de melhor e mais profundo havia sobre a psicoterapia.
Pouco depois, a divulgação do livro foi proibida na Alemanha fascista, e, em 1934, a Associação Internacional de Psicanálise excluiria Reich. Só em 1945 Análise do caráter seria novamente publicado, nos Estados Unidos.
Em contraste com A função do orgasmo, Análise do caráter é um compêndio. Foi escrito para o analista e desenvolve com exatidão – com numerosos exemplos clínicos – a singular técnica terapêutica de Reich.
– O Assassinato de Cristo – 1999 – Martins Fontes, SP.
Nesta obra comovente e profunda, o cientista Wilhelm Reich explora o significado da vida de Cristo e revela o flagelo universal que causou sua agonia e morte: A Peste Emocional da Humanidade.
Para Reich, o homem se defronta, através dos tempos, com a plena responsabilidade pelo assassinato de Cristo: pelo assassinato do vivo, qualquer que seja a forma sob a qual se apresente. Esta é a verdade crua sobre o modo real como as pessoas são, agem e se emocionam.
A lição do assassinato de Cristo também se aplica à cena social contemporânea. A tragédia da própria morte de Reich mostra que os problemas apresentados no livro são problemas agudos da sociedade contemporânea.
– O Éter, Deus e o Diabo – 2003- Martins Fontes, SP.
Neste livro, pela primeira vez apresenta-se ao público brasileiro uma parte da obra de Reich relativa à Orgonomia, denominação utilizada por ele para designar o campo de estudos ao qual dedicou as últimas décadas de sua vida. São conclusões derivadas de pesquisas realizadas sobre a existência de uma forma de energia (denominada orgone), que influenciaria desde o funcionamento dos seres vivos até o movimento dos planetas e o clima. Esta é a parte mais polêmica da obra de Reich. São concepções que têm conquistado admiradores e defensores entusiasmados, por um lado, e críticos ferrenhos de outro. Com este livro, o leitor poderá formar sua própria opinião a partir do contato direto com o pensamento do autor.
– O Caráter Impulsivo – Editado e traduzido em 2009 – Martins Fontes
Os casos relatados neste livro foram selecionados, na maioria, de graves neuroses de caráter, cujo tratamento o autor Wilhelm Reich decidiu deliberadamente empreender na Clínica Psicanalítica de Viena para Pacientes Ambulatoriais. O foco da obra caminha simultaneamente em duas direções, que acabam convergindo. Uma discussão especial do estado patológico, denominado ‘caráter impulsivo’ (até agora subestimado do ponto de vista psicanalítico) corre em paralelo com uma investigação do desenvolvimento do caráter com base nesse material. O livro não tem como objetivo formular uma caracterização sistemática, que jamais pode ser alcançada pelo método indutivo, empírico, da psicanálise. O autor assinala alguns desenvolvimentos defeituosos típicos na formação do caráter, utilizando como base os mecanismos mais bem conhecidos do desenvolvimento psicossexual.
– A Biopatia do câncer – 2009 – Martins Fontes, SP
O que é o câncer? Tradicionalmente, a ciência médica o classificou como um tumor intrusivo que surgia espontaneamente em um organismo, de resto, saudável. Em contraste com essa definição, Wilhelm Reich define o câncer não como um tumor – simples manifestação tardia da doença, mas como uma doença sistêmica causada pela frustração do funcionamento sexual natural. Se for assim, há uma perspectiva muito maior para a prevenção do câncer do que para seu tratamento.
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