“Toda pessoa carrega internamente um desejo de pertencimento. Este desejo leva a querer a participação e a aceitação num grupo. Hora ou outra por algum motivo não poderá participar, ou ser aceita em determinado grupo e isto levará ao sofrimento.”
Nos Yoga Sutras de Patanjali ele mostra que romper com este desejo de pertencimento é um dos passos fundamentais para a elevação dum ser.
Na Bíblia, Jesus deixa claro isto numa passagem.
Falava ainda Jesus à multidão quando a sua mãe e seus irmãos chegaram do lado de fora, querendo falar com ele.
Alguém lhe disse: “Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e querem falar contigo”.
“Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?”, perguntou ele. E, estendendo a mão para os discípulos, disse:
“Aqui estão minha mãe e meus irmãos!
Pois quem faz a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.
Mateus 12:46-50
Todo tipo de organização em grupo seja nomeado como sociedade, organização, religião, família, tribo, ou o nome que se queira dar quando este grupo se fecha em algum tipo de crença e não permite um pensar ou viver fora disto, estará a tirar a liberdade. Quando um grupo acredita em algo, porém, aceita um pensar e viver fora disto sem julgamento, critica, ou querer mudar o outro então se está aberto e assim não estará a tirar a liberdade dos ali envolvidos. Todo grupo fechado a crenças fixas tira a sua liberdade. Temos milhões de grupos em todas as partes e de todos os tipos e todos presos ali a suas crenças, presas num quadrado.
Mas vivemos num mundo em que o pensar sempre é baseado na dualidade, certo ou errado, bem ou mal, esquerda ou direita, quando a realidade é muito mais ampla e complexa do que apenas isto dividir tudo em duas coisas. Uma coisa pode ser certa ou errada ou certa e errada ou neutra a depender da situação, da interpretação e de diversos fatores, na verdade, tudo é natural, a dualidade é criada com interpretação dada pelo homem.
Qual o problema de se absorver o melhor de cada coisa e juntar o melhor de ambas e formar uma coisa ainda melhor?
Mas aqui isto parece não ser possível. Se o sujeito é de uma religião, ele não pode frequentar a outra. Qual o problema de se absorver o melhor de cada religião, juntar tudo e formar algo ainda melhor? Ou no meio político, ou nas empresas, ou em qualquer área da vida humana?
Não é óbvio que quando se pega o melhor de cada coisa pode se formar uma coisa ainda melhor com isto? Não é óbvio que com estas divisões por toda parte, todos perdem? Todos só recebem partes fragmentadas quando poderia ser junta, unificada e formando algo muito maior, esclarecendo muitas questões que as vezes precisava da visão do outro lado para se compreender por completo.
Mas aí entra o ego, a vaidade, a disputa, o meu é melhor que o outro, o meu grupo é melhor e assim por diante… e assim todos perdem. Pessoalmente qualquer pessoa pode não participar fixamente de nenhum tipo de grupo, mas absorver o melhor de cada coisa. Isto é o mais sábio a se fazer. É escolha pessoal de cada um.
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